quarta-feira, 25 de maio de 2011

à minha espera...




Melancólico, miro a distância,
que me separa do se fêz um dia,
meu jeito de ser, minha valia.
O casarão faz acelerar meu coração,
que incrustrado na morada vazia
machucado, mais se fere, e sofre, expia...

O frio delega-me a ânsia.
A saudade, corta-me.
Minha pele, primeira instância,
não se controla e se arrepia
como se a essência, que me guia,
inspirasse meus ouvidos doridos,
que divagam pelos sons perdidos
do que hoje, modo aparente, faz-se intangível...
não crível...

Outros fluídos,
fizeram-se habitat dos meus sonhos...
mas eu caminho arfante.
Meus mirares visonhos
buscam recuperar o exato instante,
em que de forma solene,
eu adentre novamente esse abrigo,
que se faz ereto, perene,
como se estivesse à minha espera...

josemir(aolongo...)

face mágica...



Olhos semi perdidos, com o mirar
a baloiçar pelo vento, amigo do tempo...
Uma face altiva a campear boas novas.
m buscar de versos e trovas,
um desejar que ao longe,
define um pensamento.

Dá-se devota, a dirigir o que em volta,
a apraz e modo firme, a açambarca.
Um fascínio, que acaricia e abarca,
quereres e dizeres de alhures.

Um rosto, que voante,
faz com que o inconsistente jamais se dê
ao que se faz estagnado.
Um querer argentado,
que ao volitar,
leva consigo todo um querer de viver.
Uma vida, duas vidas, tantas vidas,
que até as emoções mais descabidas,
curvam-se de temor e inveja.

josemir(aolongo...)

comlexo.





Enquanto repouso as mãos,
observo ao longo meu assento...
circunvizinho-me de tudo,
acapelo-me entranhando-me ao âmago
de minhas manias, e tento entender atento
tudo o que se passa comigo
enquanto o meu corpo, imagino.

Por não entender-me fatiado,
busco-me no sentido lato.
Busco-me forma irrestrita,
mesmo sabendo que é finita
minha vida inserida ao casulo.

Observo-me, mãos apoiadas.
Procuro entender-me fora
de minhas manias calaceadas,
E confesso, sei o quanto torna-se complexo,
no que escrevo, clarejar pra outros olhos, o nexo.
Eu me entendo...
sei de minhas necessidades.
Meus pensamentos soltos,
talvez não sejam tão manifestos
para os outros.
Mas continuo me observando sentado.
De pé, com as mãos apoiadas,
e minha velha cadeira por perto...

josemir(aolongo

domingo, 22 de maio de 2011

enquanto danças...



Enquanto danças, desentronizas embustes.
Escravizas olhares e concedes
todos os dons passíveis e possíveis,
de construirem um almejado e sonhado voar.
Atinges o cime de qualquer patamar,
e hipnotizas, harmonizas...

Enquanto danças fazes esvaecer marcas , manchas.
Realizas a governadoria dos dias,
e inoculas coloridas e majestosas fantasias,
ao direito de sonhar, delirar, libertar...

Fluente e magnificente visagem.
Eis, que te fazes coragem.
e forma enraizada, telúrica,
abençoas e rezas,
todas as frases, que em música,
guardam-te, feito tesouro.

josemir(aolongo...)

a poesia jaz...



A poesia jaz...
passeia pelos incógnitos
caminhos dos prelúdios mal ensaiados.
Inconceptas aos olhosdos tolos,
ela faz-se viajora de movimentos calados,
pois que é lançada a um espaço,
habitado por opacas e abrumadas paisagens.
Outras formas de escrever espocam...
um mesclar de absintadas viagens,
pelos inócuos e cruelentos abrutamentos
bimarginados, que lado a lado, bloqueiam sonhos...
versos, rimas, enfim, tudo o que se faria encantado.
Poetas ainda sonhadores, eloquentes,
fazem-se dominados, cabresteiros.
São apenas meros objetos de torpe curiosidade.
perdidos inexoravelmente,
pelos hiatos profundos dos momentos.
Raros versos e rimas camacentos...


Dou-me desentesado...
já nada herdo, simplesmente me deserdo,
no deserto de vínculos...
eu e minhas querencias...
Poeta antes bardo,
que agora desentranhado e esquálido,
busca sobreviver do pouco
que resta dos parcos elementos de resistência,
de uma antes argentada essência.


josemir (aolongo...)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

foi súbito...



Foi súbito...
Um sobressalto.
Um constatar no ato,
que entre o espaço
e o hiato,
alguém em mim
crescia.

Forma fria...
ainda fazia-me
criança.
Ainda sonhava
com minhas
tranças.

Despertei
feito inimiga do rei.
Confesso ainda,
que nada sei.
Foi rápido.
Sorrateiro.

Foi um passar
de tempo inteiro.
Eu me perdi...
sequer sei.
Passei.

josemir(aolongo...)

eu e meus sonhos...



Sonhos misturam-se...
não têm limites.
Eles se assumem nossos,
pois definem
o que em nós existe,
é nossa missão propaga-los
...
inseri-los, abrigá-los...

Tudo o que se plasma mescla-se,
nesse adorno criado pelas almas.
Todo o mal-querer desfaz-se.
Nada existe além da calma sintonia,
entre som, sonhos, nós, canto e imensa calmaria.
Adentro-me neles,
e eles de bom grado,
abrigam-me.
Eles são meus, eu sou deles,
um sentimento mais que arraigado,
onde quereres inserem-se.

Eu e meus sonhos,
somos algo infinito.
Mesmo que eu venha a partir
do que se faz solo, matéria,
saber-me-ei abarcado
pela presença divina e etérea,
que eles concedem-me.

Bom sê-los.
Maravilhoso,
que eles em mim,
sejam e sempre estejam.

josemir (aolongo...)

mundo seguiu, universo girou...




Levito...
infinito é meu vôo.
Albatroz.
Rasgos de vontades,
que em liberdade,
florescem...
nas cores...
nos amores...

Não me importa
quantas sejam as portas.
Ninguém alijará do meu senso
esse clamor intenso,
que aquieta-me e aquece-me.

Levito.
Basta-me saber disso.
Pouso em colos novos.
Miro o mesclar de povos.
O sofrimento, parece findou...
brotou a flor, pássaro cantou...
mundo seguiu, universo girou...

josemir(aolongo...)

segunda-feira, 16 de maio de 2011

igual, genial...




O artista...
realça, dá vida,
desmistifica.
Orla o orbe do real,
desvendando a fantasia.
Cria um novo dia.
Traz à tona as sensações.
Os dizeres, quereres,
as rimas, os versos, os seres.
Desveste os segredos.
Detona os mistérios,
e o que antes se fazia etéreo,
toma forma,define-se...

O artista,
eterno hiato entre o sonho
e o real.
A criatura, que perdura,
pois que viver
nos dois mundos o torna
mais que razão de Ser.
O faz igual...
genial...

josemir(aolongo...)

terra sagrada onde vivemos...




Fomentar o colorido...
reforçar os adjetivos
e avassaladoramente,
mostrar que o evidente
faz-se belo,
quando o singelo
exclui-se de diferenças.

Mirar as faces várias,
com olhar de essencia rara,
e descobrir, modo confesso,
que o que se faz concepto,
é o que se evidencia igual.

Repetir forma incansável,
que o que se faz admirável
independe de cotas, castas...
Abandonar o entrementes, as aspas,
e reafirmar verdades.
Sem inqüidades, sem veleidades.
Mas como povo da terra sagrada,
onde vivemos.

josemir(aolongo...)

domingo, 15 de maio de 2011

sempre continuará...



As horas...
em verdade,
são no real, sem alarde,
o ritmo exato do tempo.
O espetáculo faz-se
a medida em que nós,
eternos personagens,
entregamo-nos às viagens,
que inseridas em nossas
imagens,
comandam-nos...

O minuto seguinte
incorpora o instante,
que voa,
e eis-nos no palco.

No geral,
representamo-nos.
Somo-nos.
Embora nosso ego
conteste.Embora haja quem deteste.
Há quem em vôo cego,
faz-se mergulhar.
Mas o espetáculo continua,
e sempre continuará.






josemir(aolongo...)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

quem se habilita a ouvir?

Soltos pelos labirintos
de nosso próprio degredo,
os delirares do medo
apoderaram-se de nossa força.

Qual seria enfim,
a tão encantada libertação?
Abriram-nos as portas da rua,
e fecharam-nos a entrada do coração...

Mortos, corpos fizeram-se inertes,
pelas calçadas quaisquer,
irritantemente alvas, frias e nuas...

Quem entoou qualquer canto
ou dançou inebriado pelo encanto
de uma "soltura impura",
que carregada de conjeturas,
sepulcrou dons e ideais?

Fixo meu olhar que não se fez jazer.
Robusteço minha gana de querer.
Sobrevivo para narrar o massacre.
Quem se habilita a ouvir?

josemir(aolongo...)


terça-feira, 10 de maio de 2011

o que pra sempre haverá de ficar...



A magia torna-se
atemporal,
justamente quando
desafia...
muda o dia.
A Arte faz-se manhã,
no momento em que as mãos
da artesã,
se libertam e voam.

Corpo e alma soltos,
eis que aos poucos
o Belo cresce...
o que em verdade
desaparece,
é o medo de criar.
Buscar no natural,
a forma exata do despertar.
Eis o que faz a diferença.
Eis o que encanta.
Eis o que pra sempre,
haverá de ficar...

josemir(aolongo...)

aguaceiro...

Água...
Ablui o corpo inocente.
gente.
Mistério do que só
perambulou e sobreviveu.
Mas. cresceu.

Aguaceiro.
Um rio de mágoas,
pleno e inteiro,
que pelo tempo se espalhou.
Curou. Purificou.

Água que veio das
encostas.
Água que arrastou
vidas, casas e causos,
frágeis e expostas.
Água,
que também ressuscitou...

Água que veio da festa,
escorrendo pela testa,
deixando à mostra a fresta,
por onde muita história
fêz-se corredeira...
alimentou vidas inteiras.
Fêz fluir...

josemir(aolongo...)



AGUACERO


Agua ...
* Lave el cuerpo inocente.
Personas.
Misterio de único
vagado y sobrevivió.
Pero, creció.

Aguacero.
Un río de dolor,
plena y completa,
que por la extensión del tiempo
se ejecutó.
Sanado. Purificada.


El agua que venía de
Pistas.
El agua que se extendió
por vidas, hogares y las historias,
frágiles y expuestas.

Agua
que también levantó ...
El agua que venía de la fiesta,
corriendo por su frente,
que muestra la grieta,
donde mucha de la historia
si lo hiciera...
alimenta toda la vida.
Se iba en ...

josemir (aolongo...)

que por aí voou...



Assim vestem-se
as imagens,
que bailam em
minha mente.
São visagens...
lindas viagens,
que feito chuva,
vem e vão...
Deleites pro meu coração.
Impacto de aluvião.
Assim, procuro modo puro,
matar as saudades,
e reviver em minha alma,
o pai que um dia fui,
e hoje não sou...
Desse jeito.
Um fato feito,
que um dia,
por aí, voou...






josemir (aolongo...)

sábado, 7 de maio de 2011

ainda assim, eu busco a paz...



Talvez não habitem
em meus instantes sóbrios,
meus quereres, dizeres,
vôos e segredos.

Incógnitas, minhas palavras,
precisam ser sussurradas...
um quê de ações rebuscadas,
justamente no amago de minhas
vontades exaustivamente redesenhadas.

Não minimizo meus sentires.
Não caminho pelas trilhas rasas.
Pouco me importa se minhas asas
tenham um estreito contato,
com todos os meus atos,
na maioria das vezes,
imersos em corpos de cristais.

Ainda assim, eu quero mais...
ainda assim, eu busco a paz...




josemir(aolongo...)

domingo, 1 de maio de 2011

o que pra mim se fez princípio...



A escuridão já não me assusta...
o que em mim se faz perscruta,
é justamente o ato da escuta.
Justo aquele que aviventa minha parca capacidade
de enxergar... mas deixa estar.

Entro e saio
dos meus próprios precipícios,
eis o que ficou fadado,
como sendo meus compromissos.
Não posso em verdade fraquejar...
sequer chorar.

Meu olhar amorfo,
traz incrustado em seu fundo
todo um desejo profundo,
de poder desejar.
Quem sabe viajar?

Nada se faz modo
de me amedrontar...
cresci sentindo...
aguçando meus sentidos.

Nasci pra isso,
eis o que se fêz pra mim,
princípio...
ou quem sabe, fim?

josemir(aolongo...)